sábado, fevereiro 10, 2018

Um Carnaval em Terra de Vareiros

Ovar é uma cidade portuguesa, situada no distrito de Aveiro, região Centro, com cerca de 29 765 habitantes.
O nome desta cidade - Ovar- é um tanto ou quanto invulgar (não existe outra povoação com o mesmo nome quer em Portugal quer em qualquer outro país). A explicação mais popular e citada é a de que este nome deriva do verbo "ovar", devido à enorme quantidade de aves que desovavam e criavam na região.
Os habitantes ou naturais de Ovar são denominados Ovarenses ou Vareiros. A designação de vareiros ou varinos é atribuída a todos os indivíduos da beira-mar entre Aveiro e o Porto.
Ovar é chamada de "Capital do Carnaval" porque aqui se realiza o mais afamado Carnaval do país, reconhecido a nível internacional.
Organizado desde 1952, o Carnaval Vareiro atrai anualmente milhares de visitantes durante sensivelmente um mês, durante o qual se multiplicam os bailes, as brincadeiras, as iniciativas culturais e os grandes Corsos Carnavalescos compostos por mais de 2000 figurantes.
Em Ovar o Carnaval começou já no dia 20 de janeiro e prolonga-se até ao dia 13 de Fevereiro. Durante cerca de um mês, multiplica-se a loucura e as iniciativas que culminam no Desfile de mais de 2000 foliões distribuídos por Grupos e Escolas de Samba.
Em Ovar, contudo, o início das tradições carnavalescas datam do século XIX, quando as primeiras menções ao mesmo aparecem em 1887, num jornal local.
Estas festividades terão sido muito populares no século XIX e consistiam em várias partidas que eram pregadas à população, onde se destacavam jogos populares, jactos de água, produtos malcheirosos, testamentos de galos, etc.
Mas este Carnaval terá atravessado uma crise tão forte que quase desapareceu, até que, já no século XX, surgiram os Bailes de Carnaval.
Nos loucos anos 20 e 30 e, tal como em outras cidades europeias, o Carnaval começou a ser comemorado nos salões nobres (como o Orfeão e o Progresso), onde a elite ovarense e da região se reunia para bailes de máscaras. Os bailes começaram a atrair cada vez mais população e os salões deixaram de ser suficientes para reunir todos os interessados, pelo que o Carnaval voltaria às ruas da cidade depois do final da II Guerra Mundial. É desta altura que surge a inspiração dos "Grupos de Baile", que mais tarde dariam origem aos "Grupos de Passerelle". A vitória das potências ocidentais na guerra criou um novo ambiente de animação e, nos anos que se seguiram, o Carnaval encheu os bairros da cidade de Ovar.
Cada bairro organizava pequenos grupos, que foram crescendo, e que animavam as ruas da cidade durante um desfile alegórico. Cada bairro promovia um camião decorado, acompanhado pela população fantasiada a preceito.
As bandas de música alegravam o resto das festividades. Os bairros competiam entre si para terem as melhores fantasias e a mais bela decoração dos seus "carros alegóricos".
Esta competição faria elevar o glamour das festividades à medida que os anos iam passando. As festas populares de cada bairro ganharam tanto protagonismo que o Município decidiu que estava na hora de fazer dele uma atracção regional e nacional.
O Carnaval de Ovar - uma festa do povo para o povo - evoluiu tal como pode comprovar no vídeo abaixo.

sexta-feira, fevereiro 09, 2018

Boomerang Blues - Renato Russo

Oiça a música Boomerang Blues que faz parte do álbum póstumo Presente (2003) do cantor brasileiro Renato Russo.

Tudo o que você faz
Um dia volta pra você
Tudo o que você faz
Um dia volta pra você
E se você fizer o mal
Com o mal mais tarde você vai ter de viver

Não me entregue o seu ódio
Sua crise existencial
Preliminares não me atingem
O que interessa é o final
E não me venha com problemas
Sinta sozinho o seu mal

Por que tentar tentei demais
E você só me usou
Eu tentava ajudar
E você só me queimou
Mas é errando que se aprende
Minha boa vontade se esgotou

Os aborígenes na Austrália
Com o boomerang vão caçar
O boomerang vai e volta
E só fica quando consegue acertar
E eu sou como um boomerang
Quando eu acerto é pra matar

Como um boomerang tudo vai voltar
E a ferida que você me fez é em você que vai sangrar
Eu tenho cicatrizes
Mas eu não me importo não
Melhor do que a sua ferida aberta
E o sangue ruim do seu coração

Eu só não entendo como fui cair
Dentro da sua teia e não tentei fugir
Me sinto mal lembrando o que aconteceu
Você tentou roubar
Mas o boomerang agora é meu


quinta-feira, fevereiro 08, 2018

Convergência: A Quarta Revolução Industrial

A velocidade dos tempos atuais é impressionante e a perspectiva é que a velocidade das mudanças continue acelerada.
 A Quarta Revolução Industrial tem grande impacto e implica mudanças nos sistemas de produção e consumo, amplo uso de inteligência artificial, e o desenvolvimento de energias verdes. Uma economia com forte presença de tecnologias digitais, mobilidade e conectividade entre pessoas.
 Recuando no tempo, a primeira revolução industrial aconteceu no século XVIII com a máquina a vapor na Inglaterra.
A segunda teve a ver com o emprego da energia elétrica na produção em massa e com o desenvolvimento dos transportes terrestres (automóvel). A terceira revolução começou no século passado com a chegada da informática e o seu impacto nas relações comerciais.
Ainda nem acabamos de viver a 3ª revolução e já se fala na 4ª.
A 4ª revolução (a atual) é considerada como o aperfeiçoamento da terceira permitindo a conexão em tempo real proporcionada pelo uso da internet.
A quarta revolução industrial será fruto da convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas promovendo sistemas ciberfisicos capazes de tomar decisões e de cooperar com humanos. As empresas vivem o desafio do "darwinismo tecnológico", onde quem não se adaptar, não sobreviverá.
A quarta revolução industrial resulta, então, da convergência de tecnologias digitais, físicas, biológicas e da inteligência artificial.
Este processo está a acontecer a alta velocidade aos olhos da história.  E, segundo os entusiastas da quarta revolução, o efeito poderá ter ainda mais impacto do aquele que foi gerado pela terceira revolução.
 Quem viver verá, segundo dizem.

quarta-feira, fevereiro 07, 2018

A Minha Profissão

O dia desde o início me pedia
do corpo e da alma física: a matéria
imortalmente morta enquanto viva
talvez fosse o que me fazia crer

no desconcerto incrível dos meus dias
e um deles viria
fundar a profissão desconhecida:
o que fiz foi apenas aprender

a língua rude que ninguém ensina
a quem escuta nem mesmo sempre entende
ou só entende como dia visto
ao sol negro dos seus próprios sentidos.
Gastão Cruz - JL - Nº 1235 - de 31/01/18 a 13/2/18 

terça-feira, fevereiro 06, 2018

La Bamba

Os músicos de rua são uma preciosidade em cada país. Alegram as ruas com os seus dotes musicais e as suas vozes.
Oiça alguns músicos de rua em algumas partes do mundo e o grupo Los Lobos a interpretar a música La Bamba.
Los Lobos é uma banda de rock, formada na Califórnia, em 1973.  A sua música é altamente influenciada pela música country, folk, R&B e músicas tradicionais mexicanas e espanholas.
Ganharam fama internacional quando gravaram uma versão da canção La Bamba, para o filme de mesmo nome sobre o cantor Ritchie Valens.

segunda-feira, fevereiro 05, 2018

Os Pássaros de Banguecoque

Os Pássaros de Banguecoque é um livro do escritor espanhol Manuel Vázquez Montálban. 
Manuel Vásquez Montalbán é não só um dos melhores escritores policiais espanhóis mas também é, reconhecidamente, um dos maiores escritores actuais de Espanha.
Sinopse:
Pepe Carvalho viaja para Banguecoque com o pretexto de atender ao pedido de socorro de Teresa Marsé, uma velha amiga com uma forte inclinação para coleccionar amantes e situações duvidosas. Mas, na verdade, o detective foge do seu quotidiano, em que a realidade lhe é insuficiente e o leva a perseguir fantasmas...
Mais do que viagens, "Os Pássaros de Banguecoque" é um romance de viagens de ida e volta, que, entre outras leituras possíveis, oferece uma versão directa dos cenários de Conrad, Somerset Maugham ou Graham Greene, radicalmente modificados num tempo em que a aventura era quase impossível...

domingo, fevereiro 04, 2018

A maioria pensa com a sensibilidade





A maioria pensa com a sensibilidade, eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar.
Fernando Pessoa - Livro do Desassossego